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África do Sul para todos!


África do Sul para todos!

Mayra Iguchi é sócia da Hip Hotels, uma empresa de representação que completará 20 anos no ano que vem. Desse tempo, há 13 anos ela trabalha com hotéis na África do Sul visando o mercado brasileiro. Por conta disso e das viagens anuais feitas, ela se apaixonou e fala sobre a África do Sul com amor. Saiba agora todos os detalhes desse destino, que se encaixa para qualquer perfil de viajante!


1. O que te motiva em falar e representar esses destinos?

Eu sempre falo da África do Sul, do continente africano como um todo, porque são destinos que moram no meu coração. Isso porque trabalhamos com destinos como Dubai, Maldivas, Europa (temos alguns hotéis que representamos na Itália), destinos de esqui, mas a África está realmente no meu coração. Porque sempre que estive lá voltei com uma bagagem diferente. Tem uma energia e uma vibe muito particular. A gente se sente acolhido, eles são receptivos, felizes e alegres, então é um serviço atencioso e genuíno.


É sempre uma alegria falar sobre um país que eu tanto amo. Falo com muita paixão, com algo que vem do coração, mais do que um discurso pronto, mais do que um discurso que fui treinada. Falo do coração. E eu vejo quanto eu consigo despertar uma curiosidade nas pessoas com o pouco que eu falo. Mas realmente o que eu sempre digo é que o ideal é que cada um esteja lá e vivencie com sua própria alma tudo que eu vou falando. Eu pelo menos incito as agências de viagens a considerarem o destino em seu portfólio de produtos quando oferecem para algum cliente.


2. Qual época do ano você indicaria para um viajante de primeira vez?

Qual a melhor época para visitar a África do Sul? Na verdade, todas elas. Todo mês tem a sua particularidade. Para quem pensa na África do Sul no safari, que é uma atividade muito visada, não sabe que a gente representa um hotel bem próximo ao Parque Nacional Kruger. O ano inteiro é bom para se visitar considerando a diversidade de animais.


Claro que tem as temporadas que seguem as sazonalidades em termos de primavera, verão, outono e inverno. As estações do ano são as mesmas que no Brasil. Claro que a gente tem períodos mais frios no inverno e períodos mais quentes no verão. Isso pode impactar a experiência de um safári, por exemplo, na parte da manhã, às 6h da manhã, quando você sai para o primeiro safári e está um pouco mais frio. Se precisar de uma touca, o hotel oferece bolsa de água quente, cobertores e mantas para proteger. A mesma coisa no verão, quando você está em um carro aberto, está mais exposto ao calor do verão.


Mas realmente é um destino para ser visitado o ano inteiro. Quando a gente pensa em um interesse maior em praia, talvez no verão seja mais apropriado. Mas não tem temperaturas tão extremas. Não tem temperaturas como outros destinos que impactam mais, que chega a um calor extremo ou um frio extremo. Não acontece com a África do Sul, então eles ainda também têm esse privilégio de contar com tempo bom e mais ameno ao longo do ano.

África do Sul para todos!
Foto: Acervo pessoal/Mayra Iguchi

3. Quais aspectos culturais, como gastronomia, hábitos e eventos, você teve a oportunidade de conhecer e experimentar?

Eu acho que eu tenho um episódio cultural muito marcante que eu tive a honra de presenciar, de estar lá nessa época, que foi o que eles chamam de Nelson Mandela Day (dia 18 de julho, quando é celebrado o Dia Internacional de Nelson Mandela, que foi o dia que ele nasceu). É uma data institucionalizada pela ONU em reconhecimento à contribuição do ex-presidente sul-africano para a cultura de paz e liberdade.


Nesse dia muito se traz à lembrança desse grande líder que foi tão importante não só para a nação sul-africana, mas como uma figura global mesmo, Prêmio Nobel. E eu estava na África do Sul nesse dia, então foi muito bonito ver quão celebrado e lembrado ele é até hoje, e quão importante todas as ações que ele fez, tudo que ele representou. Como isso reverbera até hoje na questão da liberdade racial, da questão da busca por paz e justiça. Então tem muitos documentários que passam, a cidade se enfeita com essa lembrança.


Eu peguei um voo nesse dia, por exemplo, e a companhia aérea do país também teve uma homenagem a ele colocando a imagem dele em cada um dos bancos para que houvesse essa comemoração. Foi muito bonito ver estar lá e presenciar esse sentimento de orgulho que a nação sul-africana tem com o seu líder e como hoje ele é homenageado.


Em relação à gastronomia, eu tive a chance de realizar o Boma Dinner. É um jantar sobre as estrelas no safári e é muito bacana porque eles apresentam também alguns pratos típicos do país, algumas carnes de caças mais exóticas para você experimentar. E você ainda está ao ar livre, né? Jantando sobre as estrelas, conversando com o povo local, trocando experiências com a equipe, descobrindo um pouquinho mais da cultura deles.


É um momento animado e ao mesmo tempo especial em que você prova da gastronomia e tem a oportunidade de trocar as experiências com o guia que acompanha o safári, saber mais sobre a família, saber mais sobre os hábitos, saber mais sobre a vida ali. O dia a dia, de como eles aprenderam a avistar os animais, como que eles aprenderam todo aquele conhecimento que eles têm para passar pros passageiros.


Além do que, da onde ele veio, da referência. Eu gosto muito de visitar lugares e conhecer muito do povo. E ouvir muito as histórias do povo, porque isso incrementa muito na experiência, na bagagem que a gente retorna de cada destino. Cada local é feito muito pelo seu povo. Eu sempre falo: não adianta você ficar num hotel maravilhoso em que o serviço humano, o atendimento, não é especial, você vai sair falando mal.


Já ao contrário, você pode ficar numa acomodação mais simples, um local mais simples, mas se aquele atendimento, aquele serviço foi receptivo, acolhedor, prestativo, você vai sair recomendando pra todo mundo. Então, grande parte do staff dos hotéis que eu represento (Sabi Sabi Bush Lodge, Table Bay de Cape Town, o Maslow Hotel de Johanesburgo e também o The Palace que fica em Sun City), eu vejo o quão importante é essa preservação e essa valorização do staff de cada uma dessas propriedades e quanta diferença eles fazem realmente na experiência do cliente.


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Filho de Mayra com os funcionários locais (Foto: Acervo pessoal/Mayra Iguchi)

4. Quais pontos você apontaria para encorajar quem ainda não conhece o destino e para quem deseja reviver a experiência?

Eu sou uma grande entusiasta da África do Sul. Inclusive, outro dia, tive a chance de visitar a escola do meu filho mais velho, que hoje está com sete anos. Ele foi à África do Sul pela primeira vez com dois anos, e nós fomos participar de uma atividade para falar um pouco sobre a vida e os hábitos dos animais selvagens, principalmente os de vida noturna. Os pais são convidados a participar dessa atividade, e eu fui com o intuito de mostrar e contar um pouco da viagem que fizemos junto com ele.


Nessa ocasião, conversamos sobre o segundo safári, que sai no final do dia. Você sai lá pelas 15h30, 16h, ainda com luz do dia, mas pega o pôr do sol, que é uma experiência fenomenal. Depois do pôr do sol, já começa a escurecer, e você volta para o hotel por volta das 19h. Então, você consegue ver um pouco da vida noturna dos animais. Eu vi um camaleão, os próprios felinos, que são mais ativos à noite, as corujas. Tem uma hora que eles desligam o motor do carro para você avistar as estrelas.


Contei um pouco da nossa experiência para que as crianças levem essas histórias e essas vivências aos pais e que, de repente, eles se vejam incentivados a organizar uma viagem como essa. Isso aumenta muito o repertório das crianças, aumenta muito a intimidade e o relacionamento com os familiares em torno daquela viagem. Você experimenta a grandiosidade da natureza, que sempre é uma surpresa, não tem nenhum roteiro pronto.

Áfrico do Sul para todos!
Foto: Acervo pessoal/Mayra Iguchi

Acho que isso aumenta muito a autoestima. O contato com a natureza faz um bem-estar que já foi comprovado que melhora situações de estresse. Esse contato com a natureza você tem muito num safári, por exemplo. Isso aumenta muito o bem-estar. Faz bem para o emocional, para as relações humanas, para as crianças, que voltam com repertório maior, mais abertos, mas também mais conscientes do seu papel no mundo, do quanto a gente tem que preservar as nossas riquezas naturais, a água.


Eu encorajo muito famílias e pessoas que nunca estiveram na África do Sul, mesmo que já estejam na maior idade. Coloquem no mapa nesse destino! . Os voos estão retornando agora. Com o voo direto, fica mais fácil chegar ao destino. É um voo que é mais rápido do que chegar nos Estados Unidos ou na Europa, por exemplo. Hoje, o rand (moeda local) está desvalorizado, então você vai comer bem, tomar um vinho sul-africano, que é super reconhecido, e não vai pagar tanto quanto você paga nos Estados Unidos ou na Europa.


É tudo de bom. É um país muito diverso, com praia, montanha, aventura, vinícolas, animais, natureza, cultura, hotéis luxuosos, riqueza, gastronomia. Vale muito a pena. Eu sempre falo que os agentes que apostam nesse destino sempre agradecem e os passageiros voltam para recomendar a consultoria do agente de viagens, porque ficam surpreendidos.

África do Sul para todos!
Refeição em família (Foto: Acervo pessoal/Mayra Iguchi)

5. É um lugar acolhedor?

É um lugar muito acolhedor e receptivo. Vou dar um exemplo novamente: vou pegar o Sabi Sabi Bush Lodge. A liderança fez um esforço enorme para não demitir nenhum funcionário. Eu, que trabalho com hotelaria, sei o quão difícil foi para alguns empreendedores, investidores e líderes de hotéis. Muitos tiveram que fazer demissões, principalmente os hotéis maiores, que têm um custo alto e estavam completamente fechados para turistas.


O Sabi Sabi não é tão grande, mas também estava fechado, sem nenhuma receita entrando e tendo que apoiar os funcionários, que são em grande parte da comunidade local, ou seja, vivem 100% da renda que vem do hotel. Eles fizeram um esforço enorme para manter todos eles, não demitiram ninguém. Passaram juntos pela pandemia, oferecendo também apoio emocional e psicológico, apoio médico.


Hoje, no pós-pandemia, quando a gente volta e vê esses funcionários lá, eles estão com sorriso de orelha a orelha, superfelizes de estar voltando a atuar, de receber turistas de todo o mundo, depois de um período tão difícil. Esse esforço conjunto, de manter todo mundo, transmite uma positividade e uma confiança no local de trabalho. Eles se sentiram uma família mesmo, e isso é traduzido na felicidade genuína que eles têm de receber os hóspedes de volta. O quanto isso não é forçado. Eles não estão ali somente pela receita, pelo dinheiro que ganham, mas porque são felizes, porque acreditam no produto e porque se sentem parte de uma família.


6. Qual foi a sua melhor experiência no local?

Eu tenho várias grandes experiências na África do Sul. Entre elas, como já mencionado, foi levar meu filho mais velho e ter a chance de vivenciar tudo que eu sempre trabalhei, sempre vendi, sempre fui, mas agora com ele. Então, ensiná-lo sobre os animais, sobre preservação, sobre a calma que se tem que ter em fazer um safari.


Hoje, as crianças estão muito superestimuladas ou hiperestimuladas com a facilidade que têm de encontrar as informações, que é a questão da internet. Elas têm tudo a mão, não precisam esperar um programa na TV que a gente esperava tanto antigamente para passar, porque era toda segunda às 14h e eu tinha que esperar aquele horário. Se eu perdesse, eu perdia, era só na semana que vem. Hoje em dia tudo que elas querem está muito mais imediato.


E eu acho que quando a gente faz uma viagem, quando a gente faz um safari, quando a gente vai para um destino que a gente não conhece, tem que ter a calma e a paciência de seguir o fluxo daquela viagem. De seguir o encontro e as surpresas que a natureza vai te proporcionar. Fazer o safari com ele foi muito mágico, porque era isso, a gente não sabia.


Não é que eu vou para a Disney e tenho um script programado. Não, a gente sai aberto, sem saber o que vai encontrar, qual animal a gente vai ver, uma diversidade de pássaros. A gente sai aberto e acho que isso foi muito mágico. Foi uma experiência muito rica de vivenciar com ele. Hoje eu tenho um segundo filho e ano que vem a gente está planejando essa viagem juntos para realizar com ele também.

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Foto: Acervo pessoal/Mayra Iguchi

7. O que uma pessoa que está indo pela primeira vez não pode deixar de conhecer/fazer?

Sem dúvidas, o roteiro básico deveria ser Cidade do Cabo, que é uma cidade lindíssima, para mim uma das mais lindas do mundo. Se assemelha muito ao Rio de Janeiro, por estar entre a montanha e o mar. É um ponto obrigatório. E o safari, com certeza, um safari na savana. É um passeio que não pode faltar.


Aí, dependendo do que é o propósito da viagem, eu incluiria talvez uma vinícola. Dá até para fazer o passeio de ida e volta desde a Cidade do Cabo, super fácil. Ou dá para ficar em um dos muitos hotéis charmosos da região.


Talvez Sun City também, se for famílias, porque está localizado o The Palace, que é um hotel que já foi chamado de único, seis estrelas do mundo. Traz muito da referência sul-africana, então a gente nunca esquece do local onde você está porque tem muito das pinturas dos animais, tem estátuas de bronze, por exemplo, do elefante em tamanho natural.


É um resort com muitas atividades (já conseguimos listar mais de cem atividades para se realizar ali no complexo). É muito divertido para crianças, adolescentes, famílias. Tem mais de vinte restaurantes e bares, tem piscina de onda, dois campos de golfe. Também há o parque Pilanesberg, o terceiro maior parque nacional da África do Sul. Por ser um parque nacional possui diferentes regras de visitação. Então é um resort muito bacana para famílias.


Essas seriam as minhas dicas de quem está indo pela primeira vez. E aí eu tenho certeza que não fica só na primeira vez! Vai voltar pra explorar um pouco mais da região.

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Foto: Acervo pessoal/Mayra Iguchi

8. Qual o mínimo de dias você recomendaria para ter todas essas experiências e ainda combinar com outras?

Sobre o mínimo de dias, como o voo hoje em dia não está diário, precisa coordenar com as datas de partida e chegada dos voos internacionais. Mas precisa ficar por lá, pelo menos, sete noites. O positivo é que hoje em dia temos a opção de chegar por Johanesburgo ou pela Cidade do Cabo ( e vice-versa), então as possibilidades aumentaram. Antigamente a gente só tinha realmente um voo de entrada, não tinha outra opção. A única questão é o voo não ser diário.


E aí existem as combinações, que são muito bacanas! A África do Sul é um destino super completo, com muita diversidade, às vezes as pessoas só fazem a África do Sul. Porém, dá pra combinar com Ilhas Maurício. É uma combinação que eu já vejo com frequência. Também, pra quem quiser um safari mais selvagem, dá pra combinar com Botsuana, que é um país que tá ao norte já da África do Sul e que vale muito a pena também. Essas seriam as minhas recomendações.


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