Lucas Nacif, ainda em seu período na faculdade de publicidade e marketing, conseguiu e aproveitou uma oportunidade transformadora: um intercâmbio de seis meses em Portugal. Escolhendo Lisboa como seu destino, o cabeleireiro contou sua experiência e vivência no país, onde ficou entre setembro de 2018 e fevereiro de 2019. Confira já!
1. O que levou você a escolher esse destino?
Eu sempre quis fazer um intercâmbio, porém, até aquele momento, não era possível pois não sou muito fluente no inglês. Eu até entendo e falo, mas não tinha os exames de proficiência necessários pra ir a um lugar de língua inglesa. Seja Estados Unidos, Londres ou qualquer outro.
A partir disso, vi que a minha faculdade (ESPM Rio) tinha parceria com faculdades em Portugal. Eu falei: "É isso! Consegui. Vou fazer intercâmbio para um lugar que fala português, onde vou viver bem e que eu não vou precisar de nenhum certificado de inglês.".
Então comecei a pesquisar. Até esse momento eu nunca tinha pensado na vida em ir para Portugal.
Nesse ponto, meu destino estava começando a ficar em alta e tinha algumas opções na mesa, porque essa parceria existia com faculdades de três cidades: Porto, Coimbra e Lisboa. Escolhi a última por ser a capital, ficar mais à vontade, estar dentro do meu orçamento e aproveitar melhor a diversidade de shows e noitadas.
2. Quais pontos turísticos você conheceu?
Fui um quase todos, basicamente! Conheci a Torre de Belém, que é o principal da cidade. Também fui ao Museu MAAT, na Praça do Comércio (principal ponto do centro de Lisboa, onde tem um arco), na Rua Augusta, no Estádio da Luz (pertencente ao clube de futebol Benfica).
Além disso, conheci o Oceanário e o Castelo de São Jorge. Outro grande ponto turístico de lá são os miradouros, que são lugares nos quais a gente admira e enxerga a vista da cidade de cima, aproveitando o pôr do sol.
3. Quais aspectos culturais, como gastronomia, hábitos e eventos, você teve a oportunidade de conhecer e experimentar?
Admito que em relação à gastronomia eu não me aprofundei muito. Isso porque eu tinha um dinheiro certo pra viver, então minha alimentação era baseada nas compras do mercado (cozinhava e consumia industrializados), mas não conheci muitos restaurantes tradicionais de Portugal.
Apesar disso, experimentei o típico bolinho de bacalhau. Nos restaurantes que fui optei por consumir risoto e massas, não a culinária tradicional de lá. É algo que não me apetece tanto assim. Da gastronomia local eu gostei muito de uma sobremesa chamada baba de camelo, mais típica da cidade do Porto. Por lá, aproveitando essa viagem pelo país, conheci a francesinha (um sanduíche de prato).
Já com os hábitos ficou um arrependimento por ter passado muito tempo com os brasileiros que me acompanharam no intercâmbio. Por conta disso eu não consegui absorver na veia os hábitos dos portugueses, aprendendo pouco.
4. O que mais chamou sua atenção ao longo do período no local?
Com certeza a qualidade de vida. Foi o que mais me encantou e o motivo que me faria viver por lá. Além disso tem o clima: tinha sol, porém não faz muito calor, alguns momentos de temperatura mais baixa. Enfim, é ameno, do jeito que eu gosto.
As pessoas vivem bem lá. Não são ricas e nem precisam de muito para viver com dignidade. Moram legal, conseguem comer bem, tem segurança. Eu, por exemplo, voltava das festas andando de madrugada, falando no telefone, sem nenhum problema. Eu me sentia bem seguro lá e isso chamou muita atenção. Além da mobilidade urbana, né? Metrô oferece diversas opções e o ônibus passa na hora certa.
5. É um lugar acolhedor?
No geral, não. Depende do lugar em Portugal pois são perfis bem diferentes. No Porto eles fazem questão, recebem bem, são simpáticos. Já em Lisboa não. Por ser brasileiro em senti certa repulsa. Já tratam de uma forma diferente. Eles são muito diretos e literais. Mas eu achei eles bem ríspidos e não muito acolhedores, inclusive no próprio atendimento, os garçons em restaurantes.
6. Qual foi a sua melhor experiência no local?
Eu coloco como uma grande experiência os laços com os amigos que fiz lá e que levo até hoje na minha vida! Ir no apartamento de um deles em Portugal e nos encontrar para tomar um vinho e escutar música. Destaco também as viagens que fiz por dentro do país nos finais de semana e quando tinha alguma folga dos estudos.
Conseguia ir no Algarve, no sul do país. Foi uma viagem linda, um lugar perfeito. Tem o pôr do sol mais lindo que eu já vi na minha vida. Conheci Porto, Coimbra, Sintra. Tive uma experiência muito linda em Fátima, apesar de não ser católico. Realmente é um lugar que trouxe uma paz absurda, onde me senti pleno, que todo mundo deve ir. Uma energia muito positiva. Tentei viajar bastante por lá.
7. O que uma pessoa que está indo pela primeira vez não pode deixar de conhecer/fazer?
Acho que as pessoas precisam conhecer os pontos turísticos e além dos pontos turísticos! Ir até lugares pouco conhecidos, lojas locais, restaurantes, conhecer a cultura local. Acho que assim você conhece melhor o lugar do que só dar aquela pincelada pelos locais mais comerciais.
Em relação a Lisboa, se for no verão, a pessoa precisa conhecer as praias, algo que é pouco falado. Elas são ótimas, são lindas. Como têm muitos brasileiros, a gente identifica com facilidade essa característica daqui, um estilo bem brasileiro. Têm as piscinas naturais também. Tem que mergulhar!
Lucas em algumas praias portuguesas (Foto: Acervo pessoal/Lucas Nacif)
8. Se alguém pergunta se vale a pena viajar para Portugal, o que você responderia?
Eu responderia que super vale a pena! Ainda mais por ser um dos lugares mais baratos da Europa. É muito rico culturalmente e cheio de belezas. Super indico conhecer o país todo (o que é viável por não ser grande). Você também pode aproveitar que está na Europa e conhecer outros países!
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