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Uma volta pelo Vietnã


Vietnã

Renata Farah aproveitou uma oportunidade de logística para conhecer o Vietnã por 13 dias em setembro desse ano. Apesar do período de monções (alternância entre uma estação seca e a outra chuvosa), ela, que trabalha atualmente com serviço de babysitting e petsitting (cuidando de bebês e animais, respectivamente), aproveitou intensamente o período e contou com detalhes sua experiência. Veja agora!


1. O que levou você a escolher esse destino?

Eu já tinha o Vietnã na minha lista de viagens, mas nunca pensei que fosse conseguir ir tão cedo. O que aconteceu foi que minha mãe foi para lá para participar de um congresso, e, como estou morando fora do Brasil, aproveitamos essa oportunidade para nos encontrarmos lá!

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Vista parcial da Baía de Ha Long (Foto: Acervo pessoal/Renata Farah)

2. Quais pontos turísticos você conheceu?

Ficamos a maior parte do tempo em Hanoi mesmo, a capital. Mas também fizemos excursão para Halong Bay e Sapa. São excursões que valem muito a pena, você pode escolher quantos dias e noites quer passar nesses lugares e os pacotes não são muito caros. Halong Bay é perto de Hanoi de ônibus e é um lugar lindíssimo. É inclusive patrimônio mundial da UNESCO. Lá um barco nos leva para algumas ilhas e fazemos atividades como trilha, visita a uma caverna, andar de caiaque, ver macacos etc. Vale muito a pena!


Sapa é uma cidade mais ao norte do país e é uma viagem mais longa de ônibus. Lá podemos ver povos nativos com seu artesanato local e roupas típicas, além dos lindos campos de arroz! Também vale muito a pena pois a paisagem é incrível, com as montanhas e os campos, além de ser bem diferente de Hanoi. Em Hanoi nós visitamos pontos turísticos clássicos como:

  • Mausoléu de Ho Chi Minh, onde está o caixão desse famoso líder vietnamita (é muito querido por todos, pelo que eu pude perceber, pois tem foto dele por toda parte);

  • Templo da literatura (muito grande e bonito, começou ali a primeira escola e faculdade do país, por isso o nome);

  • Templo Ngoc Son (no meio do lago Hoan Kiem);

  • Citatela imperial de Thang Long (que na verdade consiste um conjunto de uns 8 pontos turísticos, mas você paga apenas uma entrada para visitar todos, que ficam bem pertinho um do outro, pois tudo tem relação com a época imperial, como por exemplo o antigo portão da cidade, ou até sítio arqueológico com objetos daquela época);

  • Templo Quan Thanh e a pagoda Tran Quoc (ficam mais perto de outro lago da cidade, o lago oeste. São construções lindas. Andando pela cidade também se encontra alguns templos budistas, taoístas ou confucionistas. Eu e minha mãe até participamos de uma cerimônia sem querer em um templo que foi super especial);

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Templo de Quan Thanh (Foto: Acervo pessoal/Renata Farah)

Além disso, fomos assistir ao teatro de marionetes na água, uma forma de arte antiga do país que começou com a vontade de entreter em tempos das monções. A temática é bem típica, com cenas do dia a dia no campo, e tudo isso é acompanhado por música ao vivo. Muito legal!


Nós ficamos hospedadas no quarteirão antigo de Hanoi, famoso e cheio de vida. Recomendo bastante dar voltas pelo bairro, observando as lojas, ruelas, restaurantes, comidas de rua, e o estilo de vida das pessoas. Também tem o quarteirão francês, com construções com estilo francês, da época que a França colonizou uma parte do país. Vale também andar por lá e perceber a fusão de elementos ocidentais e orientais.


Outros lugares bem legais para se visitar andando por aí são: a rua do trem (é uma ruazinha onde ainda passa trem bem no meio, e é bem interessante, mas só deixam entrar quem entra em algum dos cafés que tem lá para consumir - creio que não querem que lote a rua de turistas, já que o trem pode passar a qualquer hora e pode ser perigoso); a catedral de São José (interessante ver uma construção católica no meio da praça típica vietnamita); o mercadão Dong Xuan (não é de comida).


Nos fins de semana tem também há a famosa e movimentada feira noturna na rua começando na praça Dong Kinh Nghia Thuc e subindo até o mercado Dong Xuan. Essa feira não é de comida, mas ao redor do bairro tem umas feirinhas de comida bem interessantes!


E também tem museus! Há vários museus na cidade, mas fomos no Museu das Mulheres do Vietnã (muito legal, onde fala sobre a vida das mulheres de diferentes etnias do país, mostrando vestimenta, costumes, curiosidades sobre maternidade, casamento, etc), Museu de Belas Artes (com esculturas e pinturas, achei que vale a pena por ser um refresco em relação a finalmente ver pinturas que não são de artistas clássicos do ocidente) e Museu de História Nacional (onde há um pouco de história e objetos antigos, interessante, mas não muito grande).


3. Quais aspectos culturais, como gastronomia, hábitos e eventos, você teve a oportunidade de conhecer e experimentar?

Eu adorei a gastronomia e achei super legal a cultura de comida de rua de lá. Consegui provar algumas comidas típicas como banh mi (tipo um sanduíche), pho (tipo uma sopa com macarrão), banh xeo (tipo uma panqueca), goi cuon (tipo rolinho primavera). Fiquei feliz com a quantidade de opções vegetarianas que encontramos lá, já que eu e minha mãe não comemos carne.

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Opções de frutas e vegetais em um comércio de rua de Hanoi (Foto: Acervo pessoal/Renata Farah)

Não conseguimos experimentar algumas coisas por conta disso, mas achamos versões vegetarianas de todos esses pratos típicos. Recomendo bastante, e acho que também tem um tour de comida de rua para quem gosta de experimentar coisas novas e come de tudo! Esqueci de mencionar o ca phe trung, o café com ovo típico de lá, que à primeira vista parece estranho, mas juro que é bom! hahaha


Enquanto estávamos lá, conseguimos acompanhar os preparativos para o festival da lua, que aconteceria de fato quando a lua estivesse totalmente cheia, alguns dias depois da nossa partida. Infelizmente não vimos o dia em si, mas os preparativos foram muito legais! Havia muitas lanternas, muitos mercados de rua vendendo lanternas e outros elementos de decoração para o dia. Muita luz, muita gente nas ruas, pessoas cantando, crianças dançando com roupinhas iguais, velhinhos dançando juntinhos na rua, apresentações com dragões e tambores, muita coisa mesmo. Tinha até um homem se apresentando com duas cobras super grandes! O clima era de muita animação, então foi super divertido!


4. O que mais chamou sua atenção ao longo do período no local?

O que eu achei mais marcante foram os hábitos dos vietnamitas de andarem de moto e fazerem tudo na rua. A quantidade de motos nas ruas é uma loucura, dá a impressão de que há mais motos do que habitantes lá. Não sei ao certo, mas com certeza todo cidadão tem uma moto. Eu achei isso muito interessante, porque se via pessoas transportando várias coisas nas motos.

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Foto: Acervo pessoal/Renata Farah

E, sinceramente, eu não sei como que não fomos atropeladas. As motos vêm de todos os lados e não param para você atravessar. Tem que realmente se impor para passar. E isso de fazerem tudo na rua eu achei muito engraçado porque era como se a rua fosse uma extensão das lojas, das casas e dos restaurantes. As calçadas estão sempre lotadas de pessoas sentadas em banquinhos pequenininhos que ficam na frente de estabelecimentos com comida.


Na calçada você consegue ver pessoas comendo, conversando, bebendo cerveja, jogando jogos, vendendo comida, fumando o típico cachimbo de bambu, lavando louça, cortando o cabelo, e até dormindo. E isso a qualquer hora, até mais tarde da noite! Achei impressionante essa cultura de ocupar as ruas, deixa a cidade muito dinâmica e vivaz!


Também me chamou atenção símbolos, pinturas, bandeiras e construções comunistas pela cidade, coisa que não estamos acostumados a ver em muitos lugares. E também o fato de usarem aqueles chapéus triangulares no dia a dia mesmo na cidade, pois eu achava que era algo mais do campo.

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Moradores nas ruas realizando suas atividades (Foto: Acervo pessoal/Renata Farah)

5. É um lugar acolhedor?

Eu me senti acolhida no Vietnã. Em Hanói, justamente por gostar de cidades assim mais vivas e animadas, cheias de movimento, eu me senti bem. Minha mãe preferiu com certeza Halong Bay e Sapa por serem lugares com mais natureza e mais tranquilos, sem tanta buzina de moto toda hora, haha. Mas as pessoas no geral foram bem simpáticas e nos trataram muito bem, ainda mais em lojas e restaurantes, onde quase todo mundo falava inglês e mesmo se não falasse tão bem, tentavam nos ajudar. Algumas pessoas foram meio mal educadas, mas não acho que pelo fato de sermos estrangeiros. Deu a impressão de que estão super acostumados com turistas, até mesmo nas vilas menores em Sapa.


6. Qual foi a sua melhor experiência no local?

Muito difícil escolher apenas uma experiência, até porque eu adoro simplesmente andar por aí, observando uma cidade nova. Acho que isso por si só já é uma baita experiência, ainda mais quando é um lugar tão diferente do nosso dia a dia. Mas eu diria que em Hanoi eu adorei andar de moto e de carrinho pelas ruas (tuk-tuk), assistir ao teatro de marionetes e fazer massagens (risos) em Sapa. Eu amei ver os campos de arroz com os búfalos e pessoas vestindo o típico chapéu triangular. É bem o que imaginam quando se fala no Vietnã. E em Halong foi nadar na água quentinha e andar de caiaque no meio das pedras maravilhosas e ainda ver macaquinhos em seu habitat natural! Foi incrível!


7. O que uma pessoa que está indo pela primeira vez não pode deixar de conhecer/fazer?

Eu diria que não importa quanto tempo você tem por lá, acho que o mais importante é estar aberto a conhecer lugares e pessoas novas e experimentar comidas e atividades diferentes. Mas claro, sem deixar de fazer o que você gosta, podendo ser as compras, conhecer pessoas, comer, visitar templos, caminhar, tirar foto, relaxar, ver locais históricos, ir ao museu, entre outras opções. Hanoi tem de tudo! Eu diria também que alugar uma moto e ir pra Halong Bay também deve valer a pena!


8. Se alguém pergunta se vale a pena viajar para o Vietnã, o que você responderia?

Claro que vale, totalmente! Recomendo tudo que eu fiz nessa viagem!

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