Guia de turismo internacional e professora de inglês, Esther Cardoso já visitou mais de 60 países. Acompanhando grupos de turistas brasileiros ao longo desses diversos destinos, ela contou para o blog da axis travel & business sua experiência pela Costa Oeste do Canadá com cruzeiro pelo Alasca! Confira agora!
1. O que levou você a escolher esse destino?
Nos anos 1990 fui ao Canadá visitar uma de minhas filhas que morou lá por 2 anos para estudar. Quando surgiu um grupo para o roteiro “Canadá Costa a Costa” na agência para a qual eu trabalhava na época, lembraram de mim por já ter estado no país. A partir daí fui solicitada várias vezes para acompanhar grupos deste roteiro específico.
2. Quais pontos turísticos você conheceu?
Costa Oeste do Canadá:
Vancouver – Sempre visitei o Stanley Park, que possui uma ciclovia de 8 km que circunda o parque, o aquário e o Toten Pole (área de exposição dos famosos totens indígenas). Visitei ainda a Chinatown, o bairro Old Gastown, onde fica o “Steam clock” (famoso relógio a vapor que apita a cada 15 min, um ícone da cidade), a English Bay, o teleférico da Grouse Mountain e a Capistrano Suspension Bridge (ponte suspensa), em North Vancouver.
Victoria – Visitei os belos jardins do famoso Butchart Gardens e o Museu Real da Columbia Britânica, com as coleções das tribos indígenas.
Montanhas Rochosas – Pernoitei em Jasper, onde fica a enorme geleira Athabasca, belos lagos incluindo o famoso Lake Louise e Peyto Lake, o mais azul de todos e a pequena cidade de Banff, incluindo o Parque Nacional de Banff (patrimônio da humanidade, tombado pela UNESCO em 1985).
Calgary – Uma breve parada em Calgary, cidade dos Rodeios que lá acontecem desde 1912, visitei o parque olímpico, sede das Olimpíadas de Inverno. Calgary hoje em dia é uma das cidades mais modernas do país.
Esther em registro no Stanley Park (Foto: Acervo pessoal)
Alasca (todos os passeios são acompanhados de guias locais, nativos do Alasca):
Icy Strait Point – Visitei esse porto onde há uma fábrica de salmão enlatado, fiz o tour “Whale Watching”, passeio de barco para observação de baleias.
Hubbard Glacier – Navegação cênica, o navio se aproxima dessa imensa geleira para que os turistas possam apreciar tal imensidão e fotografar.
Juneau – Cidade acessível apenas por barco ou hidroavião. Fui no bondinho elétrico que sobe a 549 metros no Mount Roberts até uma zona alpina com vista panorâmica, andei de hidroavião e há também tours para ver trenós no gelo puxados por cães.
Ketchican – Parece uma cidade de filme de faroeste, há diversos tours como visitar o parque dos Totens, Eco-Tours e assisti ao famoso e interessante show dos Lenhadores do Alasca.
3. Quais aspectos culturais, como gastronomia, hábitos e eventos, você teve a oportunidade de conhecer e experimentar?
Como aspecto cultural, tanto no Canadá como no Alasca, fiquei muito bem impressionada com o respeito que existe em relação a manter a cultura indígena da região, os “First Nations”, como são chamados, por meio dos seus museus, parques que exibem os Totens indígenas, nos souvenirs, na comida, etc.
Em relação à gastronomia o salmão é o rei tanto no Canadá como no Alasca. Há salmão fresco, grelhado, defumado ou enlatado. Não se pode deixar de provar o King Crab no Alasca.
Poutine é o prato típico do Canadá, feito com batatas, há também muita carne defumada. Não se pode esquecer do Maple Syrup, o mel vegetal extraído do tronco da Plátano, árvore nacional do Canadá. O Maple Syrup é utilizado em diversos doces e muito consumido em panquecas no café da manhã.
O Ice Wine é um dos vinhos mais raros do mundo, produzido em larga escala no Canadá e também nos Estados Unidos. Feito com uvas congeladas naturalmente nas videiras, é um vinho doce geralmente servido na sobremesa ou no final da refeição. Vale a visita a uma loja de vinhos para degustação.
4. O que mais chamou sua atenção ao longo do período no local?
As paisagens (belezas naturais), tais como toda a região das Montanhas Rochosas com seus lagos belíssimos, por exemplo, o famoso Lake Louise e o Peyto Lake, considerado o mais azul de todos. Eu costumo dizer que o Criador estava muito inspirado quando criou as paisagens e os lagos da costa oeste do Canadá!
Esther em registro no Lake Louise (Foto: Acervo pessoal)
5. É um lugar acolhedor?
Sim, as pessoas são muito educadas, inclusive no trânsito. Muito organizados. Cidades tranquilas que transmitem segurança para andar nas ruas. Lembro sempre de um fato muito interessante que aconteceu comigo. Fizemos uma parada na estrada para o almoço e depois, quando já seguíamos viagem no nosso ônibus privativo para a próxima cidade, dei por falta dos meus óculos escuros. Lembrei que havia falado ao telefone numa cabine em frente ao restaurante (ainda não existia celular). Imediatamente o nosso guia local canadense ligou para o restaurante pedindo que verificassem se os óculos estavam ainda na cabine e... estavam lá. O melhor foi que eles me enviaram rapidamente os óculos para o hotel onde iríamos pernoitar! Eu e o grupo todo ficamos surpresos e admirados com a gentileza deles!
Ainda sobre acolhimento, vale lembrar que o Canadá é um país que recebe muitos imigrantes asiáticos, principalmente na costa do Pacífico (oeste) cuja maioria é de indianos e chineses e que convivem e trabalham pacificamente com os locais.
6. Qual foi a sua melhor experiência no local?
As melhores experiências foram os passeios.
Na costa oeste do Canadá destacaria o tour “Glacier Adventure”, em Columbia Icefields, viajando num ônibus ou de van é possível chegar à área da geleira Athabasca, onde é necessário trocar para um ônibus especial, o “Ice Explorer”, que tem rodas gigantes especialmente projetadas para trafegar no gelo. Desembarcando na geleira os visitantes podem caminhar e tirar fotos. Além dessa experiência na geleira o passeio inclui a “Glacier Skywalk”, uma passarela panorâmica de 1 km que tem uma parte do chão em vidro. Uma experiência fantástica!
Já no cruzeiro pelo Alasca, desembarcando em Juneau, é muito interessante fazer um passeio de “seaplane” (hidroavião) sobrevoando os glaciares de Juneau e pousando próximo ao Toku Lodge, uma cabana típica do local, para um delicioso almoço com salmão do Alasca, no meio de uma floresta. Se tiver sorte, ainda pode ver um filhote de urso passeando por ali, como aconteceu com um dos meus grupos. Foi sensacional!
Esther em registro no Alasca (Foto: Acervo pessoal)
7. O que uma pessoa que está indo pela primeira vez não pode deixar de conhecer/fazer?
Os principais passeios já foram abordados nas minhas respostas anteriores, todos esses valem a pena. Nas viagens em grupo os pontos principais de cada lugar já fazem parte do planejamento, mas quem for viajar por conta própria eu sugiro que faça uma pesquisa de cada cidade, antes de ir, para ganhar tempo, pois este roteiro é muito rico (tanto em opções de passeios, como em cultura e curiosidades). A melhor época para fazer essa viagem é entre maio e setembro, devido ao frio intenso. Vale lembrar que há necessidade de ter dois vistos de turista, o canadense e o americano, pois o Alasca faz parte do território dos Estados Unidos e antes de embarcar no navio, ainda em Vancouver, a imigração americana é feita. Fica aí a dica!
8. Se tivesse a oportunidade, voltaria para lá?
Certamente que sim, embora já tenha ido diversas vezes, revisitar lugares tão lindos só nos faz bem e cada viagem tem sempre alguma diferença, é peculiar, é mutante. Viajar é uma renovação contínua, uma vivência maravilhosa!
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